sábado, 8 de janeiro de 2011

As rosas amo dos jardins de Adónis x 2


As rosas amo dos jardins de Adónis,

Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o Sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia ,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.

REIS, Ricardo.
in
Odes de Ricardo Reis, 1994.



«pega tu nelas»
Ricardo Reis

Mão morta vai bater àquela porta
as rosas amo dos jardins de Adónis
ao escrever
é preciso reconciliar uma lebre
com uma tartaruga
oh como era lebre a tartaruga!

*

Mas porque será sempre Lídia
a pegar nas rosas
Dr. Ricardo Reis?

LOPES, Adília.
in Dobra: poesia reunida, Assírio e Alvim, 2009.


1 comentário:

PL disse...

«pega tu nelas»



Obrigada, Mafalda.