9
Ἄφες με, τοὺς θεούς σοι,
πιεῖν, πιεῖν ἀμυστί·
θέλω, θέλω μανῆναι.
ἐμαίνετ’ Ἀλκμέων τε
χὠ λευκόπους Ὀρέστης
τὰς μητέρας κτανόντες·
ἐγὼ δὲ μηδένα κτάς,
πιὼν δ’ ἐρυθρὸν οἶνον
θέλω, θέλω μανῆναι.
ἐμαίνετ’ Ἡρακλῆς πρίν,
δεινὴν κλονῶν φαρέτρην
καὶ τόξον Ἰφίτειον·
ἐμαίνετο πρὶν Αἴας,
μετ’ ἀσπίδος κραδαίνων
τὴν Ἕκτορος μάχαιραν·
ἐγὼ δ’ ἔχων κύπελλον
καὶ στέμμα τοῦτο χαίτης
[οὐ τόξον, οὐ μάχαιραν,]
θέλω, θέλω μανῆναι.
9
Deixa, pelos deuses te imploro,
que eu beba, beba sem parar!
Quero, quero enlouquecer!
Enlouqueceram Alcméon
e Orestes de brancos pés
por às mães darem morte.
Mas eu não matei ninguém,
e é a beber o vinho rubro
que quero, quero enlouquecer!
Enlouqueceu um dia Héracles,
brandindo a terrível aljava
e o arco de Ífito.
Enlouqueceu um dia Ájax,
agitando sobre seu escudo
a espada de Heitor.
Quanto a mim, com esta taça
e esta grinalda no cabelo,
[sem arco e sem espada,]
quero, quero enlouquecer!
12
Οἱ μὲν καλὴν Κυβήβην
τὸν ἡμίθηλυν Ἄττιν
ἐν οὔρεσιν βοῶντα
λέγουσιν ἐκμανῆναι·
οἱ δὲ Κλάρου παρ’ ὄχθαις
δαφνηφόροιο Φοίβου
λάλον πιόντες ὕδωρ
μεμηνότες βοῶσιν·
ἐγὼ δὲ τοῦ Λυαίου
καὶ τοῦ μύρου κορεσθείς
καὶ τῆς ἐμῆς ἑταίρης
θέλω, θέλω μανῆναι.
12
Quando pela bela Cibele
Átis, de aspecto feminil,
nas montanhas gritava,
dizem uns que enlouqueceu.
Outros, nas colinas de Claro,
morada de Febo, coroado de louro,
quando bebem a água loquaz,
enlouquecidos se põem a gritar.
Quanto a mim, de Lieu
e de perfume saciado,
e ainda da minha amante,
quero, quero enlouquecer.
VÁRIOS.
Anacreontea. Poemas à maneira de Anacreonte, Fluir Perene, 2009.
(Trad.: Carlos A. Martins de Jesus)
(Trad.: Carlos A. Martins de Jesus)
3 comentários:
Maravilhoso
Parabens pelo Blog, adorei... Maravilhoso
Muito obrigada! Agradecemos-lhe imenso.
Seja muito bem-vinda, Mi.
Enviar um comentário