Michelangelo Merisi da Caravaggio, Baco
Nem mesmo o filho de Driante, o possante Licurgo,
viveu muito tempo, ele que lutou contra os deuses celestiais.
Foi ele que outrora escorraçou as amas do delirante Dioniso
da sagrada montanha de Nisa; e todas elas deixaram cair
no chão as varas de condão, golpeadas pelo carniceiro Licurgo
com o acicate das vacas. Mas Dioniso fugiu espantado
e mergulhou nas ondas do mar, onde em seu regaço acolheu
Tétis o amedrontado: enorme era seu terror ante a ameaça do homem.
Contra Licurgo se enfureceram os deuses que vivem sem dificuldade.
E o filho de Crono cegou-o. Nem por muito mais tempo viveu,
visto que era detestado por todos os deuses imortais.
(VI. 130-140)
(VI. 130-140)
HOMERO.
Ilíada, Cotovia, 2007.
(Trad.: Frederico Lourenço)
Soberano, com quem o amor subjugador
e as ninfas de olhos azuis
e a purpúrea Afrodite
brincam, quando estás
nos altos píncaros das montanhas!
Suplico-te; e tu de espírito compassivo
vem até mim, para ouvires
a minha grata prece.
Sê bom conselheiro de Cleobulo,
para que o meu amor,
ó Dioniso, ele aceite.
ANACREONTE.
"Hino a Dioniso" (fr. 357)
in Poesia grega: de Álcman a Teócrito, Cotovia, 2006.
in Poesia grega: de Álcman a Teócrito, Cotovia, 2006.
(Trad.: Frederico Lourenço)
Ide, Bacantes, ide, Bacantes,
das montanhas da Frígia
para as espaçosas
ruas da Hélade!
Trazei Brómio, deus filho de um deus,
Diónisos! Trazei Brómio!
Aquele
que saiu das entranhas
da mãe que, tomada
das dores da maternidade,
das dores da maternidade,
ao som do trovão alado de Zeus,
fulminada pelo raio,
abandonara a vida.
Mas logo o recebeu num abrigo,
onde havia de nascer, Zeus Crónida,
ocultando-a na sua coxa,
prendendo-o com fíbulas douradas,
a ocultas de Hera.
[...]
Junto com os clamores ouve-se a sua voz fremente:
"Oh! Ide, Bacantes!
[Oh!] Ide, Bacantes!
[Oh!] Ide, Bacantes!
No esplendor do Tmolo de áureo curso,
cantai a Diónisos
ao surdo rufar dos tamboris,
glorificando o deus - Evoé! Evoé! -
com os frígios clamores e vozes estridentes,
quando a flauta sonorosa
e sagrada os sacros cantos entoa, próprios
para os que vão vaguear para a montanha, para a montanha."
EURÍPIDES.
As Bacantes, Edições 70, 1998.
(Trad.: Maria Helena da Rocha Pereira)
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