Aí jazem os felizes e estranhos velhores,
Aí, o orvalho de prata,
E as grandes águas suspiram de amor
E o vento suspira.
Niamh, a que os homens elege, inclna-se suspirando
Junto a Oisin, sobre a relva;
Também aí em seu coro de amor suspira
O alto Pitágoras.
Pedras de sal no peito,
Chega Plotino e olha em redor,
Estira-se, boceja um pouco,
E aí jaz, suspirando também.
II
Todos eles montam um golfinho,
E às barbatanas apoiados,
Esses Inocentes revivem suas mortes,
De novo se abrem suas feridas.
Em êxtase riem-se as águas pois
Belos são os gritos e são estranhos,
E eles dançam com passos ancestrais,
E os brutos golfinhos mergulham
Até que em certa alcantilhada baía onde
A vau passa o coro do amor
Arremessando suas coroas de louros,
Desembaraçam-se de suas cargas.
III
Formosa adolescência que uma ninfa desnudou
Peleu contempla Tétis fixamente.
Seus membros são delicaods como pálpebras,
O Amor cega-o de lágrimas;
Mas o ventre de Tétis escuta.
Pela encosta da montanha,
Da caverna de Pã,
Intolerável música cai.
Imunda cabeça de cabra, braço brutal assomam,
Ventre, ombro, nádega,
Cintilam como peixes; ninfas e sátiros
Copulam na espuma.
YEATS, W. B., Poemas. (Trad. José Agostinho Baptista).
Lisboa: Assírio e Alvim, 1988.
1 comentário:
O incontornável Yeats.
Enviar um comentário