segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

(penso, imagino e repenso): um passo até Teseu




imagem do filme Phaedra, de Jules Dassin



TESEU
Grita, grita horrores
esta carta.
Para onde fugir
ao peso de meus males?
Pereci, estou perdido,
tal é, tal é a melopeia
que eu vi
por meio destas linhas soando,
infeliz!

CORO
Ai! Começo de desgraças é o que a tua linguagem anuncia.

TESEU
Em meus lábios
por mais tempo não reterei
este mal insuportável e funesto,
ó minha cidade!
Ousou Hipólito no meu leito, à força, tocar, o augusto olhar de Zeus desprezando.
Mas, ó Poséidon, meu pai, dos três votos que outrora me prometeste cumprir, mata, com um deles, meu filho. Que ele não escape a este dia, se são verdadeiros os votos que me prometeste executar.


(vv. 877-890)






EURÍPIDES.
Hipólito, CECHUC, 1979.
(Trad.: Bernardina de Sousa Oliveira)

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